Na semana passada, o Secretário de Segurança do Rio Grande do Sul propôs aos 10 munícipios mais violentos do estado a interrupção da venda de bebidas alcoólicas nas noites de sexta e sábado, como forma de reduzir a violência.
Pouco tempo antes, o Ministro da Saúde estabeleceu uma polêmica pública com Zeca Pagodinho com relação a publicidade de bebidas.
A sociedade brasileira aparentemente está mais uma vez mostrando uma de suas faces mais cruéis: indignação com os resultados mas quase nenhuma vontade de atacar as causas.
Como no caso do cigarro, anos atrás, o álcool participa da violência e causa prejuízos materiais e humanos sem que as pessoas, e por consequência, muitas autoridades, queiram admitir o chamado nexo causal.
Fulano tem um comportamento agressivo. Se tiver tomado "umas", o comportamento agressivo pode se transformar em uma surra na mulher ou nos filhos. Se ele for dirigir, pode matar, ferir ou demolir carros, pessoas e outros bens. Se tiver arma em casa, o excesso de bebida pode terminar em tiroteio.
Mas nós gostamos de achar que antes de tudo vem o problema social, senha para não fazer nada.
O álcool em excesso não prejudica apenas ao alcólatra. Este é um doente que deve ser tratado. A piada antiga mas instrutiva já descreve: ao beber, o homem vai assumindo a forma de animais. Primeiro o Macaco, dizendo e fazendo coisas engraçadas, ficando espirituoso, etc. Depois o Leão, que manda em todos, ruge, provoca, etc. Por fim, o Porco, vomitando em tudo, sujando tudo, etc.
Lamentavelmente, os próprios representantes das Prefeituras, no caso do RS, citaram a necessidade de medidas sociais (sem dizer quais), e o desemprego (dos funcionários dos bares e casas noturnas), como razões para não colaborar com o Secretário de Segurança, enquanto o pagodeiro dizia para o Ministro "deixar o Zeca trabalhar".
Se o Zeca limitasse o seu trabalho a música, e se a sociedade brasileira, através de todos os seus mecanismos, apoiasse realmente o uso consciente da bebida alcólica, talvez a situação pudesse evoluir.
Caso contrário, vamos continuar a acreditar que só quando todos tiverem emprego, só quando todos tiverem educação, é que se poderá começar a reduzir a violência. Aí pode ser tarde demais, ou pode não chegar nunca!
quarta-feira, 30 de maio de 2007
terça-feira, 22 de maio de 2007
Crédito positivo e a economia
Cresce no Brasil o debate sobre o crédito positivo. De forma oposta ao SPC e outros registros negativos hoje vastamente usados no país, o crédito positivo informa o lado correto e identifica os bons pagadores.
A facção brasileira que é contrária a este novo fator nas relações entre consumidor e fornecedores se preocupa (aparentemente) com a maior circulação de informações sobre o consumidor e a consequente perda de privacidade.
Justificando o nome do blog, aqui vai a minha opinião, e desde já declaro a minha total parcialidade, influenciada pela experiência americana: sou completamente a favor do perfil de crédito positivo.
Para entenderem o porquê, um pouco de como funciona o modelo americano: a medida em que você tem compromissos mensais, como a conta da água, da luz, o aluguel, etc., você vai criando um perfil. Tem gente que paga suas contas sempre em dia, tem gente que paga antes do vencimento, tem gente que esquece, etc.
Lá, agências especializadas (pelo menos 3, as maiores), acompanham estas informações e as disponibilizam para quem vende produtos ou serviços. Você entra numa loja, compra algo a crédito, ou um serviço, como um celular, e a loja solicita a análise do seu perfil. Baseado no seu comportamento anterior, a agência de crédito dá uma opinião sobre a sua capacidade de honrar os pagamentos. E a loja concede o crédito, ou entrega o serviço.
A grande vantagem disso é a forma pela qual este mecanismo se tornou universal na economia americana. Através dele você usufrui os principais benefícios de uma economia estável (com quase nenhuma inflação) e com pleno emprego. De um celular ao leasing de uma Mercedes Benz, tudo é feito com base no crédito. Claro que com taxas de juro diferentes das nossas.
No caso brasileiro, o crédito positivo reduziria uma das justificativas usadas para o crédito mais caro do mundo (a nossa taxa real de juros ao consumidor). O "spread" bancário ficaria mais "transpaerente", ou seja, ficaria mais claro o que é risco de crédito e o que é uma taxa real de juros absurda, balizada pelo grande tomador, o Senhor Governo.
Obviamente, num país onde se compra o CD com o cadastro de CPFs no camelô da esquina, a privacidade dos dados é relativa. O que os americanos descobriram é que ter acesso ao seu próprio histórico de crédito é a forma mais eficiente de evitar o roubo de identidades, ou seja, saber que alguém usou os seus dados para pedir um cartão de crédito ou pior, interceptou o cartão não solicitado, enviado a você e usado por terceiros em seu nome, que só vai aparecer no dia em que o SPC ou o SERASA derem negativos. garantir esse direito (que nos EUA é um serviço que custa cerca de 40 dólares por ano) é uma das missões para os órgãos reguladores brasileiros.
A facção brasileira que é contrária a este novo fator nas relações entre consumidor e fornecedores se preocupa (aparentemente) com a maior circulação de informações sobre o consumidor e a consequente perda de privacidade.
Justificando o nome do blog, aqui vai a minha opinião, e desde já declaro a minha total parcialidade, influenciada pela experiência americana: sou completamente a favor do perfil de crédito positivo.
Para entenderem o porquê, um pouco de como funciona o modelo americano: a medida em que você tem compromissos mensais, como a conta da água, da luz, o aluguel, etc., você vai criando um perfil. Tem gente que paga suas contas sempre em dia, tem gente que paga antes do vencimento, tem gente que esquece, etc.
Lá, agências especializadas (pelo menos 3, as maiores), acompanham estas informações e as disponibilizam para quem vende produtos ou serviços. Você entra numa loja, compra algo a crédito, ou um serviço, como um celular, e a loja solicita a análise do seu perfil. Baseado no seu comportamento anterior, a agência de crédito dá uma opinião sobre a sua capacidade de honrar os pagamentos. E a loja concede o crédito, ou entrega o serviço.
A grande vantagem disso é a forma pela qual este mecanismo se tornou universal na economia americana. Através dele você usufrui os principais benefícios de uma economia estável (com quase nenhuma inflação) e com pleno emprego. De um celular ao leasing de uma Mercedes Benz, tudo é feito com base no crédito. Claro que com taxas de juro diferentes das nossas.
No caso brasileiro, o crédito positivo reduziria uma das justificativas usadas para o crédito mais caro do mundo (a nossa taxa real de juros ao consumidor). O "spread" bancário ficaria mais "transpaerente", ou seja, ficaria mais claro o que é risco de crédito e o que é uma taxa real de juros absurda, balizada pelo grande tomador, o Senhor Governo.
Obviamente, num país onde se compra o CD com o cadastro de CPFs no camelô da esquina, a privacidade dos dados é relativa. O que os americanos descobriram é que ter acesso ao seu próprio histórico de crédito é a forma mais eficiente de evitar o roubo de identidades, ou seja, saber que alguém usou os seus dados para pedir um cartão de crédito ou pior, interceptou o cartão não solicitado, enviado a você e usado por terceiros em seu nome, que só vai aparecer no dia em que o SPC ou o SERASA derem negativos. garantir esse direito (que nos EUA é um serviço que custa cerca de 40 dólares por ano) é uma das missões para os órgãos reguladores brasileiros.
segunda-feira, 21 de maio de 2007
Dicas americanas
Baseado na nossa experiência pessoal, na mudança de Porto Alegre, RS para Irvine, CA, ocorrida em 2003, aqui estão algumas dicas sobre a mudança, adaptação e primeiras providências. O processo todo pode parecer um pouco assustador, mas fica fácil depois de passarmos por ele.
A viagem
O processo todo começou na primeira viagem de trabalho feita para a Califórnia. Naquele momento, com a ajuda de colegas brasileiros que já moravam lá, fui conhecer a região e, num sábado pela manhã, visitar pela primeira vez alguns condomínios.
Antes da mudança propriamente dita, realizamos uma viagem, com a família toda, para conhecer o local onde iríamos morar. Nesta etapa, após o trabalho, saíamos para visitar os condomínios e outros possíveis locais para facilitar a escolha. A exist6encia de empresas especializadas em aluguel de propriedades tornou a busca muito mais simples. A seleção inicial era feita via internet, cabendo a mim ir a alguns locais pré-selecionados para validar a escolha anteriormente feita. Características importantes para nós naquele momento, como garagem, lava-roupas dentro do apartamento e espaço físico total puderam ser usados como critério de busca, além da localização, escolhida com base nas dicas dos colegas que já moravam por lá.
Baseado neste processo, quando desembarcamos em Los Angeles em definitivo, numa quinta-feira pela manhã, depois de nos instalarmos no hotel e encaminharmos o documento do Social Security (ver adiante), fomos direto aos 3 locais anteriormente selecionados.
Entre a sexta e o sábado pela manhã, fechamos nossa escolha e começamos a preparar o processo de locação. Usamos uma carta de apresentação, fornecida pela empresa, e um depósito de 2 meses do aluguel, para fazer frente ao problema de não ter histórico de crédito, sem precisar comprometer ninguém como avalista. Este depósito, como todos os outros descritos a seguir, foi devolvido depois, parte ao findar do primeiro ano de aluguel e o restante na nossa saída do condomínio.
Crédito
A economia americana funciona com base no crédito pessoal, que depende do seu histórico. Com o tempo, pagando suas contas de água, luz e outras em dia, seu histórico vai se construindo e, após mais ou menos 6 meses, você passa a desfrutar das vantagens de ter um histórico reconhecido.
Enquanto isso não ocorre, a solução normal é o uso de depósitos antecipados para garantir o crédito. Isto vai valer para o aluguel, para a luz, para o celular, etc.
A atenção deve ser dada para aqueles itens onde pode haver opção. Quando você escolhe uma casa para alugar, não têm opção com relação a luz, gás e água. Muitas vezes também não têm opção para telefone fixo e TV a cabo.
Para celular, sempre há opção, e ela é muito importante. Quando fui em busca dos primeiros celulares para a família, o depósito prévio variava de US$ 800 a US$ 150. Obviamente fiz o plano da empresa que cobrava US$ 150.
O lado bom é que o depósito volta em 12 meses, quase sempre de forma automática. As empresas colocam o depósito como crédito e descontam da sua conta (de luz, gás, telefone, etc.).
Cartão de crédito
Os cartões de crédito brasileiros não transferem o histórico dos clientes para os EUA. A única exceção é o American Express. Sendo usuário do AMEX no Brasil e tendo um endereço fixo nos EUA, basta ligar para a central do cartão e eles emitem um cartão a sua escolha (tem cartões com diversas catacterísticas, vale olhar o site antes). Normalemnete há um prazo mínimo de permanência antes deles emitirem o cartão.
Outra opção é solicitar no banco onde abriu conta um cartão de crédito com garantia. Você faz um depósito no banco e usa como se fôsse cartão de crédito para ir criando o seu histórico.
Os bancos normalmente oferecem um cartão de débito para quem abre a conta corrente. Funciona como facilitador para não carregar dinheiro, mas não substitui o cartão de crédito para tudo. Locadoras de automóvel, por exemplo, requerem cartão de crédito. Neste caso, é melhor usar o do Brasil enquanto não têm o americano.
Social Security
É o primeiro e mais importante documento depois da chegada. Para solicitar basta preencher o formulário (que pode ser baixado da Internet) e entregar na repartição do Serviço Social. Leva normalmente 2 semanas para ser entregue. É necessário para qualquer coisa que se vá fazer, de registro de emprego a carteira de motorista.
Carteira de Motorista
A legislação americana sobre este tema varia (como quase tudo) de estado para estado. Na Califórnia, você têm 10 dias a partir do momento em que fixa residência, para iniciar o processo junto ao DMV (o DETRAN deles). É importante notar que nos EUA não existe carteira de identidade. O documento básico de identidade deles (photo id) é a carteira de motorista. Mesmo quem não dirige pode solicitar uma, como identificação.
Na Califórnia, a prova escrita estava disponível em vários idiomas, inclusive o português. O livrinho com as dicas também estava a disposição no DMV, também em português. Já a prova de direção conta com examinador que só falava inglês. Coisas da América.
Em estados como a Flórida, com certeza vai ter gente falando espanhol, e até mesmo português. Mas é sempre bom conversar com os locais para saber as “barbadas”.
Compra do carro
A compra do primeiro carro da família foi complicada. Ainda sem crédito, procuramos muito por um carro dentro do valor que tínhamos para gastar. Como a Califórnia é muito cara, acabamos não encontrando. Compramos nosso primeiro carro (usado) em uma revenda Mitsubishi, por conta da garantia, por um bom preço (US$ 12.000), com baixíssima milhagem e 1 ano de idade.
Nos EUA, comprar um carro é um processo desgastante, onde nunca se pode pagar o preço anunciado. Na compra do segundo carro (já éramos especialistas), o vendedor foi me buscar dentro do carro, quando eu já estava manobrando para ir embora, para dizer que aceitava o negócio.
Dica: deixe para fechar o negócio no fim do sábado (a tardinha). Nesta hora os “dealers” precisam fechar a sua cota e fazem o negócio ficar mais fácil.
Carros japoneses (tivemos 2) sempre são mais tranquilos com relação a manutenção e durabilidade. Por isso mesmo, são normalmente bem valorizados. Nunca tivemos nenhuma despesa além de combustível e óleo nos nossos carros. A exceção foi um pneu furado na free-way. Até conseguir chegar e parar no acostamento, o pneu já estava inutilizado.
Colégio
Até 6 meses antes da mudança, nosso filho não tinha tido nenhum curso de inglês. Quando soubemos da possibilidade, ele passou a fazer aulas em Porto Alegre, num curso normal (Quatrum).
Na chegada a Califórnia, após avaliar o nível das escolas públicas da região onde fomos morar, optamos por uma escola pública. Procuramos o School District, que submeteu nosso filho a um teste, que é basicamente de capacidade de comunicação, e ele começou a ter aulas logo em seguida, numa escola próxima ao nosso endereço. Na Califórnia, o zoneamento é seguido á risca.
Na Myford Elementary, escola a cerca de 3 milhas (5 Km) de nossa casa, nosso filho estudou até concluir o ano. Para a etapa seguinte, ele precisou trocar de estabelecimento, pois a Myford não tinha Middle School. Foi para a Columbus Tustin, por escolha dele, auxiliado pelos professores da Myford, que o ajudaram a avaliar as opções e escreveram as cartas de recomendação para a nova escola.
Para simplificar, a escola nos EUA têm o Kindergarten (Jardim de Infância), depois 5 anos de Elementary, 3 anos de Middle e após a High School. Depois disso vêm a faculdade, mais aí é outro assunto. O importante é o apoio da família nos primeiros tempos. A primeira professora do nosso filho contava que nos primeiros dias ela e a turma ficavam impressionados com a velocidade do Alexandre ao procurar palavaras no dicionário português-inglês. Foi duro, mas valeu muito a pena para ele. É com certeza o maior capital que trouxemos de volta.
A viagem
O processo todo começou na primeira viagem de trabalho feita para a Califórnia. Naquele momento, com a ajuda de colegas brasileiros que já moravam lá, fui conhecer a região e, num sábado pela manhã, visitar pela primeira vez alguns condomínios.
Antes da mudança propriamente dita, realizamos uma viagem, com a família toda, para conhecer o local onde iríamos morar. Nesta etapa, após o trabalho, saíamos para visitar os condomínios e outros possíveis locais para facilitar a escolha. A exist6encia de empresas especializadas em aluguel de propriedades tornou a busca muito mais simples. A seleção inicial era feita via internet, cabendo a mim ir a alguns locais pré-selecionados para validar a escolha anteriormente feita. Características importantes para nós naquele momento, como garagem, lava-roupas dentro do apartamento e espaço físico total puderam ser usados como critério de busca, além da localização, escolhida com base nas dicas dos colegas que já moravam por lá.
Baseado neste processo, quando desembarcamos em Los Angeles em definitivo, numa quinta-feira pela manhã, depois de nos instalarmos no hotel e encaminharmos o documento do Social Security (ver adiante), fomos direto aos 3 locais anteriormente selecionados.
Entre a sexta e o sábado pela manhã, fechamos nossa escolha e começamos a preparar o processo de locação. Usamos uma carta de apresentação, fornecida pela empresa, e um depósito de 2 meses do aluguel, para fazer frente ao problema de não ter histórico de crédito, sem precisar comprometer ninguém como avalista. Este depósito, como todos os outros descritos a seguir, foi devolvido depois, parte ao findar do primeiro ano de aluguel e o restante na nossa saída do condomínio.
Crédito
A economia americana funciona com base no crédito pessoal, que depende do seu histórico. Com o tempo, pagando suas contas de água, luz e outras em dia, seu histórico vai se construindo e, após mais ou menos 6 meses, você passa a desfrutar das vantagens de ter um histórico reconhecido.
Enquanto isso não ocorre, a solução normal é o uso de depósitos antecipados para garantir o crédito. Isto vai valer para o aluguel, para a luz, para o celular, etc.
A atenção deve ser dada para aqueles itens onde pode haver opção. Quando você escolhe uma casa para alugar, não têm opção com relação a luz, gás e água. Muitas vezes também não têm opção para telefone fixo e TV a cabo.
Para celular, sempre há opção, e ela é muito importante. Quando fui em busca dos primeiros celulares para a família, o depósito prévio variava de US$ 800 a US$ 150. Obviamente fiz o plano da empresa que cobrava US$ 150.
O lado bom é que o depósito volta em 12 meses, quase sempre de forma automática. As empresas colocam o depósito como crédito e descontam da sua conta (de luz, gás, telefone, etc.).
Cartão de crédito
Os cartões de crédito brasileiros não transferem o histórico dos clientes para os EUA. A única exceção é o American Express. Sendo usuário do AMEX no Brasil e tendo um endereço fixo nos EUA, basta ligar para a central do cartão e eles emitem um cartão a sua escolha (tem cartões com diversas catacterísticas, vale olhar o site antes). Normalemnete há um prazo mínimo de permanência antes deles emitirem o cartão.
Outra opção é solicitar no banco onde abriu conta um cartão de crédito com garantia. Você faz um depósito no banco e usa como se fôsse cartão de crédito para ir criando o seu histórico.
Os bancos normalmente oferecem um cartão de débito para quem abre a conta corrente. Funciona como facilitador para não carregar dinheiro, mas não substitui o cartão de crédito para tudo. Locadoras de automóvel, por exemplo, requerem cartão de crédito. Neste caso, é melhor usar o do Brasil enquanto não têm o americano.
Social Security
É o primeiro e mais importante documento depois da chegada. Para solicitar basta preencher o formulário (que pode ser baixado da Internet) e entregar na repartição do Serviço Social. Leva normalmente 2 semanas para ser entregue. É necessário para qualquer coisa que se vá fazer, de registro de emprego a carteira de motorista.
Carteira de Motorista
A legislação americana sobre este tema varia (como quase tudo) de estado para estado. Na Califórnia, você têm 10 dias a partir do momento em que fixa residência, para iniciar o processo junto ao DMV (o DETRAN deles). É importante notar que nos EUA não existe carteira de identidade. O documento básico de identidade deles (photo id) é a carteira de motorista. Mesmo quem não dirige pode solicitar uma, como identificação.
Na Califórnia, a prova escrita estava disponível em vários idiomas, inclusive o português. O livrinho com as dicas também estava a disposição no DMV, também em português. Já a prova de direção conta com examinador que só falava inglês. Coisas da América.
Em estados como a Flórida, com certeza vai ter gente falando espanhol, e até mesmo português. Mas é sempre bom conversar com os locais para saber as “barbadas”.
Compra do carro
A compra do primeiro carro da família foi complicada. Ainda sem crédito, procuramos muito por um carro dentro do valor que tínhamos para gastar. Como a Califórnia é muito cara, acabamos não encontrando. Compramos nosso primeiro carro (usado) em uma revenda Mitsubishi, por conta da garantia, por um bom preço (US$ 12.000), com baixíssima milhagem e 1 ano de idade.
Nos EUA, comprar um carro é um processo desgastante, onde nunca se pode pagar o preço anunciado. Na compra do segundo carro (já éramos especialistas), o vendedor foi me buscar dentro do carro, quando eu já estava manobrando para ir embora, para dizer que aceitava o negócio.
Dica: deixe para fechar o negócio no fim do sábado (a tardinha). Nesta hora os “dealers” precisam fechar a sua cota e fazem o negócio ficar mais fácil.
Carros japoneses (tivemos 2) sempre são mais tranquilos com relação a manutenção e durabilidade. Por isso mesmo, são normalmente bem valorizados. Nunca tivemos nenhuma despesa além de combustível e óleo nos nossos carros. A exceção foi um pneu furado na free-way. Até conseguir chegar e parar no acostamento, o pneu já estava inutilizado.
Colégio
Até 6 meses antes da mudança, nosso filho não tinha tido nenhum curso de inglês. Quando soubemos da possibilidade, ele passou a fazer aulas em Porto Alegre, num curso normal (Quatrum).
Na chegada a Califórnia, após avaliar o nível das escolas públicas da região onde fomos morar, optamos por uma escola pública. Procuramos o School District, que submeteu nosso filho a um teste, que é basicamente de capacidade de comunicação, e ele começou a ter aulas logo em seguida, numa escola próxima ao nosso endereço. Na Califórnia, o zoneamento é seguido á risca.
Na Myford Elementary, escola a cerca de 3 milhas (5 Km) de nossa casa, nosso filho estudou até concluir o ano. Para a etapa seguinte, ele precisou trocar de estabelecimento, pois a Myford não tinha Middle School. Foi para a Columbus Tustin, por escolha dele, auxiliado pelos professores da Myford, que o ajudaram a avaliar as opções e escreveram as cartas de recomendação para a nova escola.
Para simplificar, a escola nos EUA têm o Kindergarten (Jardim de Infância), depois 5 anos de Elementary, 3 anos de Middle e após a High School. Depois disso vêm a faculdade, mais aí é outro assunto. O importante é o apoio da família nos primeiros tempos. A primeira professora do nosso filho contava que nos primeiros dias ela e a turma ficavam impressionados com a velocidade do Alexandre ao procurar palavaras no dicionário português-inglês. Foi duro, mas valeu muito a pena para ele. É com certeza o maior capital que trouxemos de volta.
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