Ao final de mais uma edição dos Jogos Olímpicos, se conseguirmos deixar de lado a discussão sobre quem escondeu a vara da Fabiana, uma reflexão bastante interessante pode vir à tona.
Sempre é dito, e agora vaoi acontecer de novo, que os resultados nos esportes olímpicos são resultado de um esforço de longo prazo. Embora isto seja verdade na maior parte do mundo, no Brasil esta tem sido a senha para não chegarmos nunca a resultados melhores, ou seja, continuarmos tendo resultados medíocres como a nossa educação,nossa saúde e nossa segurança.
Estabeleço esse paralelo porque em nosso país a necessidade de investimento a longo prazo é uma das desculpas favoritas para não se fazer nada.
A China mostrou em Beijing 2008 que é possível obter resultados expressivos em cerca de 8 anos (dois mandatos de Lula ou dois mandatos de FCH, em contagem nacional).
No nosso país, quando queremos empurrar um problema dizemos que é uma questão de longo prazo. A partir daí, em vez de começar a resolver, não fazemos nada, pois é de longo prazo. E continuamos sem chegar aonde deveríamos.
Assim, discutimos as algemas, que são de curtíssimo prazo, e não a demora dos processos no Judiciário, que são de longuíssimo prazo.
Falamos sobre a novela, que é diária, e esquecemos a educação. Ou deixamos isso por conta da escola, que é quem tem que se preocupar. Depois, quando descobrimos que nossos filhos não foram a escola ou não tem uma escola, ah, isso é difícil de resolver.
A Lei Seca no trânsito e sua fiscalização reduziram drasticamente o número de acidentes e a violência em geral. Mas o exemplo não serve.
Sempre que se faz um esforço de policiamento ostensivo, a violência se reduz. Mas o exemplo não serve.
Afinal, educação, saúde e segurança são coisas que precisam de soluções de longo prazo.
Mais um paradoxo brasileiro: o que é de longo prazo, e portanto deveria ser prioritário e iniciado logo, fica para depois. Focamos no curto prazo, até porque assim não precisamso resolver muita coisa.
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