quinta-feira, 2 de julho de 2009

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Uma solução interessante

Um probleminha irritante: você acaba de comprar um computador novo (ou recebu uma máquina nova no trabalho) e ao tentar acessar o site do jornal ou da rede social começa a ter problemas. Qual é mesmo o endereço? Qual foi o usuário daquele site? A senha era o que mesmo?
Não estou falando do acesso ao internet banking, cercado de todos os cuidados e seguranças. Trata-se do dia-a-dia. Um site de notícias (que só abre a notícia completa para quem é "cadastrado"). O Plaxo ou o LinkedIn, que você usa para se manter em contato com as outras pessoas. O site com seu álbum de fotografias, etc.
Para quem usa o Firefox, existe uma solução interessante: o Foxmarks.
Trata-se de um plug-in (ou add-on) que permite copiar seus favoritos e/ou suas senhas para um servidor e a partir daí, sincronizar os favoritos (ou bookmarks) em qualquer outro computador que tenha o Firefox instalado.
Simples, fácil e (até agora) sem problemas.
Você escolhe se quer sincronizar só os marcadores (favoritos, bookmarks) ou as senhas também. Os mais assustados ou aqueles que não tiveram o cuidado de não deixar o Firefox salvar as senhas dos bancos, podem ficar tranquilos e não copiar as suas senhas.
Maiores informações e download em http://www.foxmarks.com/

segunda-feira, 25 de agosto de 2008

A Olimpíada, a Lei Seca e o longo prazo

Ao final de mais uma edição dos Jogos Olímpicos, se conseguirmos deixar de lado a discussão sobre quem escondeu a vara da Fabiana, uma reflexão bastante interessante pode vir à tona.
Sempre é dito, e agora vaoi acontecer de novo, que os resultados nos esportes olímpicos são resultado de um esforço de longo prazo. Embora isto seja verdade na maior parte do mundo, no Brasil esta tem sido a senha para não chegarmos nunca a resultados melhores, ou seja, continuarmos tendo resultados medíocres como a nossa educação,nossa saúde e nossa segurança.
Estabeleço esse paralelo porque em nosso país a necessidade de investimento a longo prazo é uma das desculpas favoritas para não se fazer nada.
A China mostrou em Beijing 2008 que é possível obter resultados expressivos em cerca de 8 anos (dois mandatos de Lula ou dois mandatos de FCH, em contagem nacional).
No nosso país, quando queremos empurrar um problema dizemos que é uma questão de longo prazo. A partir daí, em vez de começar a resolver, não fazemos nada, pois é de longo prazo. E continuamos sem chegar aonde deveríamos.
Assim, discutimos as algemas, que são de curtíssimo prazo, e não a demora dos processos no Judiciário, que são de longuíssimo prazo.
Falamos sobre a novela, que é diária, e esquecemos a educação. Ou deixamos isso por conta da escola, que é quem tem que se preocupar. Depois, quando descobrimos que nossos filhos não foram a escola ou não tem uma escola, ah, isso é difícil de resolver.
A Lei Seca no trânsito e sua fiscalização reduziram drasticamente o número de acidentes e a violência em geral. Mas o exemplo não serve.
Sempre que se faz um esforço de policiamento ostensivo, a violência se reduz. Mas o exemplo não serve.
Afinal, educação, saúde e segurança são coisas que precisam de soluções de longo prazo.
Mais um paradoxo brasileiro: o que é de longo prazo, e portanto deveria ser prioritário e iniciado logo, fica para depois. Focamos no curto prazo, até porque assim não precisamso resolver muita coisa.

terça-feira, 8 de julho de 2008

Tolerância zero é novilíngua?

Quando George Orwell criou 1984, recheou o romance com grandes idéias que sobrevivem por décadas. Uma delas foi a novilíngua, filha do duplipensar, que servia como ferramenta para reescrever a história.
Numa sociedade que avança(?) a cada dia para a ampliação do conceito de tolerância zero, com o cigarro (e os fumantes), com o álcool na direção, com os crimes de todos os tipos, poucos parecem prestar atenção para o fato de que tolerância zero pode querer significar o mesmo que intolerância.
Como é que intolerância sempre foi vista como um defeito e tolerância zero agora é vista como qualidade? Será que é novilíngua? (guerra é paz, liberdade é escravidão, lembram?).
Sem querer defender o indefensável, por exemplo, beber e dirigir, a intolerância, ou seja, não aceitar limites mínimos razoáveis para a bebida, quando aparecia nas religiões era visto como uma coisa antiga, difícil de aceitar. Várias religiões proíbem a ingestão de bebida alcoóloica. Isso era comumente visto como intolerância. E era ruim, chato, arcaico, etc.
A tentativa de mascarar as mudanças na história do modo como Orwell descrevia eram (e ainda são) características de regimes totalitários (no caso dele o foco estava naqueles que antigamente eram identificados como esquerda).
Modernamente, no Brasil do século XXI, parece que nossa sociedade está se tornando mais e mais totalitária, mais e mais fascista. Aparentemente, pelo que dizem as pesquisas, estamos todos nos tornando cada dia mais ciumentos dos nossos quinhões (afinal, a grande maioria apóia a tolerância zero).
Na Europa, novas leis contra os imigrantes, que um dia buscaram o sonho americano e agora buscam tirar uma casquinha do crescimento europeu. No Brasil, uma pressão cada vez maior por tolerância zero, por julgamentos sumários, uma mentalidade cada dia mais binária, mais simplista.
Será que leis intolerantes são efetivamente um avanço?

quinta-feira, 6 de março de 2008

Revendo os EUA (parte II - Santa Barbara)


Santa Barbara, no caminho de Los Angeles a San Francisco, começa a impressionar por ser um lugar naturalmente bonito e amplia a boa impressão por ter gente nas ruas e ser aquilo que nós brasileiros chamamos de cidade acolhedora.

As fotos são de 2004...

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

Corruptos e corruptores

A coluna de Lauro Jardim no sítio da Veja comenta um aspecto interessante do problema com os cartões corporativos. Cita o deputado Ronaldo Caiado: "O governo está armando para ocultar responsáveis. Sem a presença forte dos Democratas, quem poderá ser preso é o vendedor da tapioca, em vez do comprador".

Na realidade, o que parece uma forma de fazer o Governo fugir da culpa é parte do nosso problema. Não existe corrupção de um lado só. Para cada transação ilegal (ou imoral) com cartão corporativo existe um corrupto (o portador do cartão) e um corruptor (que vendeu algo que não deveria estar sendo pago pelo Contribuinte).

Será que os operadores do Free Shop não sabem que não deveriam aceitar um cartão do Governo para pagar aquelas despesas? Será que os responsáveis pelas lojas, restaurantes e outros estabelecimentos não desconfiam que estão participando do desvio de recursos públicos?

Essa nossa falta de compromisso com a Nação contribui para o estado de coisas do qual nos queixamos depois. Cada vez que peço uma Nota Fiscal e o caixa da loja ou do bar me pergunta: qual é o valor? a indignação me sobe a cabeça. Respito fundo e respondo: o valor da despesa!

Dar uma Nota Fiscal com valor diferente do real é cometer o mesmo tipo de crime que quem recebe a nota comete ao apresentá-la em sua empresa ou "repartição".

Receber através de um cartão facilmente identificavel como do Governo (Federal, Estadual ou Municipal) por algo que é claramente privado (como um MP4 para os sobrinhos, filhos, etc.) é errado. E vai fazer com que os impostos devidos por aquele comerciante aumentem.

Enquanto não estabelecermos a conexão entre os dois lados da questão, a chance de reduzir significativamente o problema é pequena.

Precisamos de mais exemplos como o do filme Tropa de Elite para dizer, mesmo que de forma exagerada e parcial, que o traficante depende do consumidor de drogas assim como o portador do cartão corporativo com o Brasão da República depende da "vista grossa" do comerciante para consumar a falcatrua.

É por causa dessa identificação dos dois lados da transação que o cartão corporativo é uma ferramenta mais efetiva para controle do que o saque em dinheiro ou a conta de depósito antecipado. É mais fácil apresentar uma nota fria do que uma transação de cartão fria. A identificação da nota fria é muito mais difícil do que a transação eletrônica. A transação eletrônica é rastreavel, como diz a Ministra Dilma. Claro que é preciso que se queira rastreá-la...

Mas cada pagador de impstos pode fazer mais para evitar a corrupção se recusar o cartão corporativo para uma despesa claramente pessoal. Como uma tapioca...

quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

Nosso brasileiro complexo de inferioridade

Quando o mundo começa a levar a sério o etanol como combustível, coisa que nós brasileiros aprendemos a desenvolver e hoje dominamos tecnologicamente desde a produção até o consumo, alguns adversários trazem a tona a questão da condição sub-humana dos cortadores de cana.
Não tenho nenhuma intenção de justificar o injustificável ou achar que a melhoria da condição dos bóias-frias deva ser lenta e gradual como a "distensão" que ajudou a trazer o Brasil de volta para a democracia.
Mas não podemos ser otários nessa história, como se o valor do etanol como produto e nossa posição nesse mercado devessem ser postos de lado, envergonhadamente, por causa dos bóias-frias.
Só para citar um caso emblemático, os Estados Unidos da América, democracia exemplar, (ainda) maior economia do planeta, terra do capitalismo de primeiro mundo, convive atualmente com sua versão "yankee" do mesmo problema - os colhedores de tomate da Florida.
Segundo o Senador Bernie Sanders, a situação destes operários, em sua maioria imigrantes, é tal que "a norma é o desastre e o extremo é a escravidão".
Em um dia típico, o "tomato-picker"colhe e descarrega cerca de 2 toneladas de tomate. Em troca deste trabalho, pode receber cerca de 50 dólares (menos de 100 reais ao câmbio atual). Este valor, que pode parecer elevado para os brasileiros acostumados com um salário mínimo de 400 reais, permanece nesse patamar por mais de 20 anos.
Os trabalhadores comparecem ao local de onde partem os veículos para as plantações por volta das 5:30 da manhã. Ali, os capatazes escolhem os que irão trabalhar naquele dia. Quem não for selecionado fica sem trabalho.
Dali eles são transportados para as fazendas onde trabalham até o final do dia.
Ainda segundo o Senador Sanders, os trabalhadores "alugam" lugares para dormir em trailers, por cerca de 50 dólares por pessoa/semana. São de 8 a 10 pessoas por trailer.
Como os tomates precisam de sol para secar, se chover não se pode colher. Se não colhe, não ganha.
O mais interessante dessa estória é que o subproduto mais importante dessa colheita não vai se transformar em combustível, nem vai reduzir a emissão de poluentes. Vai virar ketchup no McDonald`s, Burger King, Taco Bell ou KFC mais próximo.
Mas ninguém ameaça deixar de comprar "fast food" para obter um tratamento mais humano para os "tomato-pickers" da Florida.

Para quem quiser mais detalhes, a reportagem detalhada está na seção de blogs da The Nation em http://www.thenation.com/blogs/edcut?pid=277332