segunda-feira, 23 de julho de 2007

TAM 3054: Ninguém tinha nada a ver com isso

Hoje pela manhã, o (ir)responsável pela ANAC, Sr. Milton Zuanazi, declarou que a ANAC não tem nada a ver com o acidente de Congonhas porque não caberia a agência o controle das atividades das cias. aéreas.
Nada a estranhar, pois o Sr. Ministro da Defesa, Waldir Pires já declarara que seu ministério não é responsável pelo controle do espaço aéreo e pela organização das atividades das mesmas cias. aéreas.
O que também é um reflexo do Sr. Presidente da República, que mais de uma vez disse que não era com ele ou que não sabia de nada.
O Presidente da TAM e seus Diretores também informaram que o Airbus pode voar sem o reverso e que isto não teve nada a ver com o acidente.
Alguns meios de comunicação começam a dar espaço a idéia de que o congestionamento de Congonhas não teve nada a ver com o acidente.
Se Congonhas fôsse Narita, o aeroporto japônes de maior tráfego aéreo, e o acidente tivesse acontecido lá, a esta altura os brasileiros estariam chocados com o (provável) suicídio do Diretor da agência japonesa encarregada do transporte aéreo. O Responsável pela cia. aérea provavelmente teria tomado caminho semelhante. Para aquela cultura milenar, a vergonha pelo acontecido em um setor ou empresa de sua responsabilidade não pode ser apagada. Pode ser apenas diminuída pelo suicídio ritual.
No Brasil, o acidente foi culpa da chuva, da tripulação e de quem mais não puder se defender.
Nem governo, nem empresas envolvidas assumem a responsabilidade.
Indo mais longe, os responsáveis pela obra na pista, onde estão? Porque não publicam, nos jornais de circulação nacional, as cartas que enviaram a INFRAERO e à ANAC pedindo que a pista NÃO fôsse liberada antes do final das obras.
Ou a sociedade brasileira entende o que está acontecendo e começa a mudar seus valores ou então continuaremos ladeira abaixo na (ir)responsabilidade geral.

terça-feira, 10 de julho de 2007


Mais um exemplo da mão-de-obra chinesa em fábricas de revestimento cerâmico. Os carrinhos são a versão chinesa da empilhadeira.

Detalhe importante: isto acontece em uma empresa chinesa de primeira linha, pois só estas empresas estão autorizadas a produzir para a exportação e podem ser visitadas por estrangeiros.

Em termos brasileiros, apesar de todos os nossos problemas, encontrar algo assim numa empresa é muito difícil.

Além da gestão governamental sobre o câmbio, a manufatura fortemente baseada numa mão-de-obra extremamente barata torna a "economia de mercado"chinesa um concorrente muito difícil de ser batido.

Resta as empresas nacionais passarem a usar a China como manufatura e ficarem com a parte de gerenciamento de marcas e desenvolvimento de produtos. Pelo menos até os chineses chegarem lá também.

segunda-feira, 9 de julho de 2007

Competir com a China, quem há de?


Esta foto, feita em 2006, durante uma visita a fabricantes chineses de revestimentos cerâmicos, ajuda a explicar porque é quase impossível competir com os custos chineses: eles são intensivos em mão-de-obra chinesa, barata e abundante.

Carrinhos de mão ao invés de empilhadeiras, e é mais ecológico, pois não usa eletricidade ou gás para movimentar os materiais. Tudo movido pela ação muscular do operador.

Alguém aí sabe como se diz economia de mercado em mandarin ou cantonês?

Paradoxos do RH

Pequenos paradoxos do mercado de trabalho

Empresas e mais empresas de recrutamento utilizam a Internet e outros meios de divulgação para oferecer seus serviços em um mercado repleto de profissionais em busca. Uns em busca do primeiro emprego, outros em busca de uma oportunidade melhor, outros em busca de mais salário, outros ainda buscando uma mudança de vida.

Quando um profissional vai conversar com um desses "caçadores de cabeça" se passa um diálogo interessante e non-sense: o recrutador, travestido de conselheiro, revela ao candidato (ou candidata) que 70% (o percentual pode variar de acordo com a honestidade do recrutador) da probabilidade de encontrar a tão sonhada posição vai depender do seu "networking". Aliás, isto também está nas páginas das revistas que falam de carreiras (e quantas há, hoje em dia).

Mas se 70% da chance depende do meu networking, porque os serviços do recrutador custam tão caro?